And Just Like That, ou seja, tudo pode mudar num instante
“And just like that” é uma série da HBO onde, em cada episódio, algo de inesperado acontece afetando, sobremaneira, a vida das pessoas envolvidas. As histórias se passam em Nova York. E foi onde eu estava em novembro passado quando algo de inesperado aconteceu e eu me percebi como num episódio da referida série.
No voo entre Rio de Janeiro e Nova York meu olho esquerdo começou a ficar irritado de forma que quando cheguei ao destino ele quase não mais abria. Achei que se tratava de uma alergia e tomei remédio para tal. Na manhã seguinte, ao abrir um pouco o olho, percebi que não enxergava nada daquele olho, apenas uma mancha branca. E esta mancha se estendia pela parte interna da córnea. Resumindo, tive uma úlcera na córnea e uma infecção grave por uma bacteria poderosa. Se não tivesse sido atendida prontamente num hospital de referência para olhos – Mount Sinai Eyes and Ears Infirmery – poderia ter perdido o olho.
Foram dias tensos, com visitas ao hospital quase que diariamente e aplicando antibióticos fortes e cremes de última geração. Muito do que estava programado fazer foi cancelado, porque o frio incomodava muito o olho e a visão ficou bem reduzida, tornando desagradáveis alguns passeios.
Mas busquei manter a moral em alta, fazendo alguns programas rápidos como visitas a museus e curtos passeios no Central Park. Arte e natureza como forma de cura, além de estar em familia, curtindo aqueles que amo.
Os custos elevados, cerca de 1.700 dólares, entre muitas consultas e remédios de ponta, foram cobertos pelo Seguro Viagem, indispensável mesmo para viagens mais simples, como seria esta. E o suporte à distância da minha agente de viagens – Christine Weber da Amstel , intermediando com a seguradora – me deu a calma de não ter de lidar com mais este quesito financeiro.
Apesar de todo atendimento de ponta nos EUA, ficaram sequelas da úlcera, na forma de uma cicatriz na cornea, que só em alguns meses poderá ser tratada. Com a visão alterada, ainda não posso voltar a dirigir e ler ou usar o computador passaram a ser atividades pouco confortáveis. Então tenho de ser seletiva no ir e vir e também nas atividades relacionadas às telinhas.
Mas manter a moral em alta é fundamental, como comentei antes. Caminhar na praia, explorando os 12 sentidos, tem me ajudado. E buscar um suporte na arteterapia, outra opção.
Num mundo cada vez mais vulnerável às mudanças climáticas e a novas doenças, momentos “and just like that” passam a ser mais frequentes e devemos nos preparar, desenvolvendo resiliência e compaixão.
E voce, já passou por algum momento onde tudo mudou num instante? Como lidou com a adversidade?