Consciência ambiental é para todos
Geralmente quando vemos deslizamentos de terra, em Petrópolis e outras cidades serranas estado do Rio de Janeiro, estes estão associados à ocupação ilegal de encostas com construções frágeis, por vezes sem qualquer alicerces. Mas não só estas construções são as responsáveis pelos acidentes que impactam a elas e a terceiros. O poder publico, ao deixar a ocupação ilegal passa a ser cúmplice.
Só que este post não é sobre a (ir)responsabilidade destas comunidades ou do poder público. Quero chamar à reflexão aqueles que constroem mansões em terrenos legais em encostas que antes eram cobertas pela vegetação da Mata Atlântica. Neste caso, trago por exemplo a região de Itaipava, mais exatamente Nogueira.
Desde a década de 60 as chuvas de verão causam alagamentos importantes em Nogueira. O lago transborda, a pracinha é encoberta por água e as casas na parte entre o lago e o rio são invadidas pela água. Moradores e comerciantes passaram a colocar barreiras nas portas, uma especie de dique. Mas a cada década estas proteções vem aumentando de tamanho.
Hoje, enquanto caminhava pela região, observava as montanhas ao redor. Onde antes havia uma farta vegetação, agora vemos casas enormes, umas coladas nas outras, como se o importante fosse construir enormes moradias para apreciar as montanhas ao longe. Mas, na maioria das vezes, estas construções derrubam toda a vegetação local e alguns pequenos jardins decorativos são feitos.
Esquecem que, ao derrubar a vegetação local, um pouco das águas das chuvas, antes retidas, agora descem em cachoeira lá para baixo? Será que, ao menos, estas construções tem sistemas para retenção e uso da água da chuva?
A grande parte, ao construir em terrenos bem íngremes, fazem estruturas equivalentes a quatro ou cinco andares de alicerces. Olhando daqui de baixo, a paisagem se deteriora. Onde antes víamos morros verdes, hoje vemos um amontoado de construções.
E os alagamentos passam a ser cada vez mais frequentes e de maior envergadura. As barragens nas portas, que antes eram colocadas esporadicamente, passam a ser a normalidade. E suas alturas de um ou dois palmos, passou a ser de quase metro e meio!
No entorno de Nogueira não vemos comunidades carentes, mas ricas mansões. Mas as consequências irresponsáveis são as mesmas de outras localidades. Triste realidade!